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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Review #42 - Assassin's Creed III

Vocês votaram nesse como o jogo mais esperado fim do ano, então aqui está o review de Assassin's Creed III...
Ficha técnica
Produtora: Ubisoft
Desenvolvedora: Ubisoft Montreal
Gênero: Ação/Aventura/Stealth/Sandbox
Plataformas: X360, PS3 e Wii U
Data de lançamento: 30 de outubro

Apresentação: 9,5
Gráficos: 10
Som: 8,5
Jogabilidade: 10
Diversão: 10
Replay: 10
NOTA: 10

Todo jogo tem uma história, mas apenas um tem como roteiro a história da humanidade. É esse o grande destaque dessa série, que surgiu na geração atual e em pouco tempo se tornou uma das mais importantes do mundo dos games. Não foi por acaso que Assassin's Creed III foi tido - por vocês - como o jogo mais esperado do fim do ano. Quem acompanha o blog deve ter percebido que este humilde blogueiro que vos escreve também estava contando os dias para esse game. Então vamos a ele.

O jogo começa do ponto onde termina AC Revelations, e desde o início já dá pra ver o esmero com o qual a Ubisoft se empenhou para fazer o game. Menus, legendas (também em português-BR), gráficos remodelados, jogabilidade refeita, e uma engine nova, tudo para justificar os três anos de desenvolvimento. Apesar de dois jogos terem sido lançados nesse meio tempo, ACIII já estava sendo feito desde que ACII chegou às prateleiras das lojas.
Os gráficos, que não eram nenhum ponto fraco dos últimos jogos, foram aprimorados e estão ainda mais bonitos. As cenas em computação gráfica - que definitivamente não são poucas - foram todas muito bem feitas e transmitem toda a grandeza e emoção da narrativa através de expressões faciais e dublagem de excelente qualidade. Voltaremos a falar da dublagem daqui a pouco...

O aspecto que mais evoluiu em relação aos antecessores foi, seguramente, a jogabilidade. Os fãs terão que reaprender a jogar Assassin's Creed. A trava de mira ficou bem mais prática, e agora você não vai mais ter problemas para entrar ou fugir de uma luta. E por falar nisso, o sistema de combate melhorou muito, lembrando um pouco o de Batman Arkham City, mas não tão fácil. Agora você terá de enfrentar muitos inimigos de uma vez só, e vários atacando ao mesmo tempo. Nos outros jogos da série, não era difícil derrotar 10 guardas e sair sem um arranhão, enquanto em ACIII você deve sofrer bem mais com a inteligência artificial dos adversários.
Contudo se os oponentes ficaram melhores, você também ganhou novos artifícios. Além das dezenas de golpes e animações novos, existem novas armas, como o machado e os rope darts - que são excelentes para pegar um inimigo desprevenido do alto e deixá-lo pendurado - e os equipamentos que já existiam foram melhorados, como a lâmina oculta que agora também funciona como uma faca, e a arma de fogo que é bem mais eficiente.

É possível usar um inimigo como escudo contra tiros, jogar um em cima do outro, usar as armas deles, entre outras melhorias no sistema de combate. E o modo stealth também foi aprimorado com coisas simples, mas fundamentais, como se esconder em quinas ou no mato, e quando estiver escondido num monte de palha, você agora pode assoviar para chamar a atenção dos guardas e pegá-los de surpresa. Como nunca pensaram nisso antes?
Ainda sobre a jogabilidade, se locomover por entre as árvores agora ficou tão natural quanto pelos telhados. E como as cidades não têm os arranha céus com os quais você se acostumou, talvez seja até mais eficiente sair pulando de galho em galho como um macaco no meio de uma floresta do que pular de telhado em telhado em Boston ou New York. No começo, é bem estranho, mas depois você se acostuma. Mas com certeza terá de reaprender a jogar.

O mapa é gigantesco, e com muito mais áreas selvagens do que urbanas. Felizmente é possível dar fast travel para alguns pontos se você não quiser ir andando - ou pulando - até as missões. Mas apesar de enorme, o mapa não é vazio, e tem várias missões secundárias, coisas para fazer e colecionar, além de pessoas para ajudar de diversas maneiras. Isso aumenta consideravelmente a vida útil do jogo, e faz com que você continue entretido mesmo depois de fechar a história principal.
E que história! É altamente recomendável jogar os outros games antes de AC3 para compreender o enredo todo. Mas é possível entender perfeitamente a história de Connor só com esse jogo. Ele é filho de um inglês com uma índia nativa da América, e cresceu como um índio. Porém seu vilarejo foi destruído e ele se tornou um membro da Ordem dos Assassinos, não só para proteger seu povo mas para lutar por justiça. Você não toma partido na guerra, mas eventualmente seus interesses coincidem com os dos revolucionários, dos britânicos ou até dos próprios templários.

Enquanto isso, no presente, Desmond corre contra o tempo para tentar salvar a humanidade do fim do mundo em 21 de dezembro de 2012, como vocês devem saber se já jogaram os anteriores. E essa aventura o leva a lugares como São Paulo - isso mesmo - Estados Unidos e Itália. E a nota 8,5 para a parte sonora é por causa da péssima dublagem em português nas cenas no Brasil. É um pouco polêmico, mas os estereótipos brasileiros são bastante aparentes nas mulheres com pouca roupa, porém não posso negar que eles conseguiram reproduzir bem cenários como uma estação de metrô - suja e depredada. Parece que nossa imagem no exterior não é das melhores mesmo...
E mesmo com esse review enorme, não deu pra falar tudo. Por exemplo, as estações do ano bem definidas e perceptíveis, que fazem com que no inverno seja mais difícil de andar por conta da neve. Além disso, existem muitas - muitas mesmo - referências e personagens históricos, que são explicadas com breves textos, que podem ser acessados no menu. Você não precisa ler, mas é bem interessante. E o mais legal é ver como conseguiram misturar a história real com a fictícia de uma forma natural, e relacionar aos fatos que estão acontecendo na história "presente" de Desmond. Infelizmente é impossível explicar o quão incrível é a história sem contar nenhum spoiler.

O modo multiplayer é bem semelhante ao dos outros jogos, mas com um modo cooperativo. Não posso falar muito porque não experimentei. Já as batalhas marinhas são bem legais, principalmente para um fã de Piratas do Caribe como eu. Você se sente o Jack Sparrow - Capitão Jack Sparrow, por favor - em meio aos bombardeios e náufragos.

Assassin's Creed III é um dos melhores jogos, não só de 2012, mas de toda a geração talvez. A Ubisoft reinventou a série, e apesar de alguns defeitos - como o Brasil estereotipado - o game não decepciona, e supera todas as expectativas que tinha criado. Tentei de verdade não dar 10, mas não tinha como. ACIII é a prova da evolução da franquia. O problema dos outros games da série eram a facilidade com que se fechava. ACIII resolveu esse problema ficando maior e mais difícil. E então, está pronto para inflamar a revolução?