Nos anos 90, as locadoras de games dominavam o mercado nacional, eram recintos de confraternização entre jogadores e chegavam a ser sedes de campeonatos entre amigos. Com o tempo, a prática de alugar games passou a ficar cada vez mais inviável e esses pontos de encontro acabaram sumindo do mapa. As lojas atuais estão trilhando o mesmo caminho?
Com o advento da internet, que parece se tornar cada vez mais necessário para os consoles, os jogos passarão a ser vendidos por download. Nos aparelhos atuais, como Vita e 3DS, já existem vários títulos disponíveis tanto física quanto digitalmente. O futuro aponta para uma interação cada vez maior entre videogames e internet, tanto é que o próximo Xbox poderá necessitar de uma conexão constante para funcionar.
Mesmo que não seja obrigatória nos outros consoles, a conexão com a internet é praticamente indispensável para uma experiência completa hoje em dia. Sem ela, não se joga online, não se baixa DLCs, não se utiliza todos os recursos disponíveis e a interação social, tendência do momento, é reduzida a zero.
Outro fator que indica o inevitável crescimento do mercado digital são os smartphones. Plataformas como Android e iOS não são muito diferente de videogames, principalmente pois ambas dispõem de jogos e outros aplicativos que melhoram a experiência do usuário. Apesar desse tipo de mercado ainda ser bastante limitado nos consoles, a tendência é de expansão para que os aparelhos se tornem mais parecidos aos smartphones nesse quesito, fortalecendo ainda mais a venda de softwares.
Sem falar que, assim como o disquete já virou poeira a muito tempo, os CDs, DVDs e Blu-Rays devem estar com os dias contados, pois as mídias virtuais, além de muito mais práticas, podem ser bem mais baratas, beneficiando tanto o produtor quanto o consumidor. No caso dos games, o espólio da caixinha e do cheiro de manual seria fatalmente prejudicial para as distribuidoras e as lojas físicas, que levariam o mesmo fim trágico das locadoras dos idos de 1990.
É claro que isso tudo são tendências, e não acontecem repentinamente. Até o fim da nova geração, as lojas físicas continuarão existindo, e não devem acabar tão cedo. Entretanto com o surgimento de plataformas digitais como a Steam e a força de mercados como Google Play e App Store, é muito provável que as lojas de games entrem em crise nos próximos anos, e que os jogos passem a ser comercializados apenas por download em um futuro não muito distante.
Além da facilidade, praticidade e baixo custo, a venda digital de jogos pode acarretar numa maior participação de desenvolvedores indies, criando mais concorrência e nivelando os jogos independentes e os blockbusters com orçamentos estratosféricos. Quem tem a ganhar com isso são os jogadores, que devem ter produtos cada vez melhores, pois a competição eleva o nível dos games. Esse tipo de comércio teria efeitos devastadores tanto para as lojas físicas quanto para a pirataria. No final das contas, creio que o saldo seja extremamente positivo para nós, gamers.