Duas décadas atrás seria impensável dizer que o Brasil era um grande centro consumidor de games, e muito menos um polo de produção de jogos eletrônicos. Mas assim como tudo no mundo, a situação do nosso querido Brasil varonil mudou. Hoje o maior país da América Latina é extremamente promissor e tem um mercado com potencial gigantesco. As empresas já notaram isso.
A foto acima foi tirada por mim numa estação de metrô, a caminho da faculdade. A Sega fez uma campanha de marketing pra anunciar o game Aliens: Colonial Marines e colocou um ovo de alien que se move, muito bem feito. Claro que sempre existiram propagandas de games no Brasil, mas convenhamos que a quantidade aumentou vertiginosamente nos últimos anos. Numa estação de metrô próxima a essa, eu já vi várias propagandas de jogos como Assassin's Creed Revelations. Na TV também, alguns meses atrás eu vi anúncios de AC3 e de Halo 4.
O marketing cresce quando as empresas percebem potencial num lugar. Muito disso é fruto do crescimento do mercado consumidor no país, que vem sendo possível graças a redução de impostos - que ainda precisam cair muito - e da pirataria - que também precisa diminuir muito. A lei Rouanet de incentivo à cultura ajudou financeiramente o desenvolvimento de Toren, um game brasileiro. Esse tipo de ação faz com que os estúdios nacionais possam crescer também.
Outro fator que indica que os olhares das grandes produtoras estão se voltando para o Brasil são os games localizados aqui. Alguns títulos muito expressivos possuem cenas, missões ou até se passam inteiramente em terras tupiniquins, como é o caso de Max Payne 3. O que o governo deve fazer é incentivar o crescimento dessa indústria por aqui, o que geraria empregos e ajudaria a alavancar a economia do país.
Enquanto isso, nossa ilustre ministra da cultura negou o benefício do vale-cultura para games. Entretanto, mesmo que ela tivesse liberado, não seria isso que ajudaria as desenvolvedoras nacionais. Esse dinheiro iria acabar parando nos cofres das grandes produtoras estrangeiras. Não que a decisão da ministra tenha sido certa, mas eu digo que o que o país precisa para que a indústria de games cresça é outro tipo de incentivo.
É necessário que o governo dê o suporte necessário aos estúdios brasileiros para que possam produzir games com cada vez mais qualidade e possam, a longo prazo, se tornar grandes produtoras internacionais. E também reduzir o imposto para que os consumidores possam movimentar a economia, afinal um produto necessita de compradores também. Só assim poderemos realmente crescer. Duas décadas atrás nem imaginávamos essa possibilidade. Daqui a duas décadas podemos ser um dos grandes centros da indústria de games.