Todos os dias, vemos na TV, rádio e outras mídias, que games podem viciar, deixar a pessoa anti-social, causa obesidade, transtornos psicológicos, e alguns jogos são violentos a ponto de estimular o jogador a cometer crimes, e até assassinatos. Apesar de muito frequentes, essas reportagens não possuem nenhum embasamento, e há um grande motivo para esse ataque: audiência! Vamos abrir um enorme parênteses para poder explicar melhor...
Nessa última década, a televisão perdeu seu posto como principal meio de comunicação e entretenimento absoluto. A atenção das pessoas se voltou para a internet, e suas notícias em tempo real, praticamente ao vivo, desbancando a relativa "lentidão" da TV, assim como o rádio também perdeu seu posto há algumas décadas e o jornal impresso, por sua vez, há mais tempo ainda. Estamos numa fase de transição, mas a televisão não quer que isso aconteça, e tenta impedir difamando a internet como um vício.
Passar três horas na internet é "extremamente prejudicial à saúde", e é sintoma de vício. Mas passar o domingo inteiro assistindo o Faustão é totalmente normal, e super "divertido". Fechando o parênteses, esse preconceito estabelecido pela mídia contra a internet também funciona de maneira similar com os videogames. Várias reportagens denegrindo a imagem dos games e até relacionando eles com atitudes criminosas, sem a menor base para isso.
Alguns jornalistas chegaram a dizer que o massacre de Realengo ocorreu porque o assassino gostava de FPS. Isso é um absurdo! Eu gosto de FPS, mas não tenho a menor noção de como manusear uma arma na vida real. E por mais que uma pessoa goste de jogos violentos, isso não vai alterar o comportamento dela a ponto de cometer um crime de verdade, a menos que o indivíduo tenha problemas psicológicos, sendo que os jogos não iriam influenciar tanto.
A TV tenta divulgar esse tipo de matéria pois nos últimos anos vem perdendo grande parte de sua audiência para a internet como meio de comunicação e para os games como entretenimento. Há 20 anos atrás, um dos melhores jeitos de se divertir em casa era assistir TV. Hoje, temos os games como uma das formas mais populares de diversão, tirando boa parte da audiência das emissoras, que se sentem obrigadas a plantar esse tipo de informação errônea na cabeça de quem não joga videogame, pois assim é provável que eles influenciem outras pessoas a jogarem menos também.
Muitos dos que lerem esse texto vão pensar que é pura teoria conspiratória, mas reparem bem. Tentem prestar atenção na quantidade absurda de reportagens chamando atenção para os riscos da exposição excessiva à internet e games, falando do assunto como se fossem letais. Afinal já faz parte do inconsciente coletivo que passar 3h assistindo TV é normal, mas passar 3h no videogame é extremamente prejudicial. Preste mais atenção a esses detalhes!