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segunda-feira, 22 de abril de 2013

CEO da Crytek: "Gráficos são 60% do jogo"

Isso não é uma notícia, até porque já aconteceu a alguns dias. Mas eu anotei a frase pra uma possível pauta futura, e resolvi escrever sobre isso. O CEO da Crytek afirmou que gráficos são 60% do jogo. Você concorda?
Cevat Yerli, CEO da Crytek, provavelmente disse isso pois o carro chefe de sua empresa é Crysis, um game baseado quase inteiramente nos gráficos. É uma boa maneira dele vender seu peixe e cutucar a concorrência, principalmente a Nintendo que segue a filosofia de que gráficos não são tudo e a diversão é independente da qualidade visual de um jogo. Crysis 3 para Wii U foi cancelado e parece que a declaração serviu como uma indireta.

Na mesma entrevista para a Xbox Magazine, Yerli disse: "Quanto melhor os gráficos, melhor a física, melhor o som, melhor o aspecto técnico e melhor a produção também". Para ele os gráficos representam 60% de um jogo e são o que define a jogabilidade, sendo o principal elemento de imersão para um game.

Entretanto estamos cansados de ver jogos com gráficos magníficos e jogabilidade péssima ou física nem um pouco realista. E nem vou comentar sobre o som, afinal não tem realmente nada a ver. Um bom exemplo é Batman: Arkham City. Muitos não vão concordar, mas para mim esse game tem uma jogabilidade muito travada, apesar de gráficos extremamente lindos. Pro Evolution Soccer é a prova de que gráficos bons não querem dizer física boa.

Sem falar que muitos games com gráficos ruins podem oferecer jogabilidade ótima, como No More Heroes, e imersão incrível, como Skyrim. Dizer que a qualidade visual de um jogo representa 60% da obra é uma heresia, e ofende os clássicos dos 8-bit. Além do mais, gráficos realistas nem sempre são sinônimo de gráficos bons. Muitas vezes a direção de arte é mais importante que o realismo em si. Por exemplo, já imaginou como seria Zelda Wind Waker ou Okami se eles não tivessem estilos tão peculiares?

Claro que os gráficos têm sua importância, mas ainda assim são apenas um elemento, que age em conjunto com o som, a jogabilidade, a história, ambientação, direção de arte, entre muitos outros. Não há como afirmar que "gráficos são 60% do jogo". A experiência só se enriquece quando todas as partes estão em harmonia.