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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Review #41 - Catherine

Há pouco tempo foi lançando um jogo que, é, digamos, inusitado. Se considerarmos todos os fatores que formam Catherine misturamos um bocado de estratégia que existe na hora de resolver os puzzles, uma boa dose de RPG usado para as escolhas e modificar o final, ovelhas (Sim, ovelhas), uma pitada de terror e suspense nos bosses e escaladas e uma dose significante de erotismo na hora do... deixa pra lá. É importante destacar  que apesar de não ser um jogo para crianças, o Boteco Gamer é um blog de família e portanto não faria o review de um jogo com pornografia o que não é o caso de Catherine... ou será que é?



Ficha Técnica

Produtora: Atlus Software
Desenvolvedora: Atlus Persona Team
Gênero: RPG/Puzzle/Terror
Data de Lançamento: 26 de junho de 2011
Plataformas: PS3, X360

Apresentação: 10
Gráficos: 10
Som: 9,0
Jogabilidade: 9,5
Diversão: 9,5
Replay: 10

NOTA: 9,5

Se você é diferente do resto da humanidade e lê a ficha técnica (tirando as notas), pode ter percebido que o time que fez Catherine, na verdade é o mesmo time que fez Persona. Para os que não conhecem, a série que começou no PS1 e começou a ter um ótimo publico no PS2 e ganhou uma boa reputação com Persona 3 e 4. A série fez sucesso o suficiente pra ir para a 3ª geração seguida, com o anúncio que estão desenvolvendo a 5ª parte para PS3 e X360. Esse é um ponto positivo para quem conhece e gosta da série pois alguns elementos são mantidos. Fora isso, para quem não conhece a série, existe a vantagem de os desenvolvedores já se conhecerem e terem mais química do que se fossem completos desconhecidos. Agora, ao jogo.

A apresentação é macabra e magnifica ao mesmo tempo. Os menus tem um estilo meio borrado que combina exatamente com o que é o jogo. Além disso, não são muitos nem poucos, apenas o suficiente pra te levar aonde você quiser em poucos cliques sem te confudir. Além disso, a primeira tela do jogo já te mostra um pouco como ele será.



Falando um pouco sobre a história, o homem com chifres é Vincent Brooks, sua materialização no jogo. Apesar de ele estar com os chifres, a corna na verdade é a mulher logo acima dela, esta chamada Katherine, namorada de longa data de Vincent. O protagonista é um cara desencanado que acha que tudo está bem do jeito que está e se sente muito pressionado e um pouco em panico quando ela traz a tona, indiretamente, o assunto casamento. No meio de todo esse vendaval, surge Catherine, a linda e sensual mulher de cabelos louros na capa do jogo. Ela, indiscriminadamente se joga em cima de Vincent e ele no meio do turbilhão acaba aceitando um pouco a investida dela. Ele é então, com um blecaute em sua memória, jogado pelo segundo dia seguido em um sonho estranho onde ele tem que subir... blocos.

Blocos, blocos everywhere.
Na parte do gameplay existem algumas rebarbas que precisariam ter sido melhor aparadas. Como por exemplo, se mover por trás dos blocos ou de vez em quando alguns problemas com a câmera. Mas no geral ele não deixa a desejar e consegue com que você saiba como jogar e não tenha todas as soluções na mão. No geral, você tem de subir uma enorme pilha de blocos e chegar as landings ou a porta final para sair do sonho e acordar. As landings são espaços entre as paredes de blocos onde se pode salvar, comprar itens para auxiliar a subida, conversar com outros presos no sonho e responder perguntas que influenciam o final do jogo. Voltando a parte dos puzzles, Vincent só pode subir um bloco por vez (a não ser que ele esteja com um item especial) e isso força o jogador a tentar formar um caminho usando os miolos para continuar a escalada. Não sair nunca do sonho por não conseguir descobrir a solução para os desafios propostos já seria um mal ruim o suficiente mas para piorar a situação do protagonista os blocos vão caindo aos poucos gradativamente de baixo para cima. Isso significa que caso você não descobra a solução rápido o suficiente será morto. Para deixar tudo ainda mais desesperador, para sair de vez do sonho ao final de cada série de paredes e landings, uma deformação da historia do protagonista aparece para atormentar Vincent e a nós podendo o matar mesmo que os blocos não tenham caído. Isso tudo com uma pitada de terror que deixa tudo mais gostoso no final.

No jogo, você alterna entre dois ambientes. Os pesadelos e o bar Stray Sheep. Nele você pode beber com seus amigos, conversar com eles e com outras pessoas no bar. Isso é mais útil do que parece ser. Além disso, usando as mecânicas dos sonhos, existe um arcade chamado "Rapunzel" em referencia exatamente ao conto de fadas. Nele o herói, tem de criar um caminho para alcançar a donzela e resgata-la. Não é obrigatório  mas é divertido além de difícil  Além disso, você pode trocar as músicas do bar em uma Jukebox. Nela, existem varias de outros jogos da Atlus.

Caso queiram ver a parte do bar pulem para 09:24.

Na questão estética, existe um ponto apenas a reclamar. A dublagem alterna bons e maus momentos e poderia ter sido feita com mais esmero. Ver os vídeos de gameplays japoneses também me deixa triste em perceber como a dublagem lá é muito mais autentica e bem feita. Afinal, é a terra dos animes, né? Se deixarmos isso de lado não existem reclamações. Seguindo o mesmo estilo de Persona nos gráficos, ele alterna entre um gráfico 3D na maior parte do jogo e em estilo animes em algumas cutscenes. Todas muito bonitas e impecáveis. Além disso, as músicas acompanham o tom do jogo dando o toque final na parte do terror e suspense.

O replay dele também é ótimo já que alem dos vários finais (8 no total), ele é um jogo que desde que você não trapaceie vai durar em torno de 30 a 40 horas. Ainda existem um certo tipo de sidequests. As conversas no bar não são inúteis  Conversando com as pessoas no bar, nas landings e dando as respostas certas, você pode salva-las de serem mortas pela imperdoável escalada. Para melhora-lo, existe ainda um modo com quatro puzzles gigantescos sem relação com a história onde rankings mundiais comparam seu tempo com o de outros jogadores. Além disso, existe um modo para 2 players que também funciona muito bem e é divertido.

Na parte final do Review, deixo duas ressalvas. A primeira mais excludente é que Catherine é, como vocês talvez tenham notado, é um jogo para homens. Desde o jeito como você escolhe boa parte do que o protagonista diz ou conversa até as partes com Katherine ou Catherine foram feitos para serem controlados por um homem. Isso não exclui as mulheres, mas acredito que seria estranho jogar algo pensado para os homens. A outra mais contundente é que Catherine, mesmo no modo normal de jogo (existem ainda Easy e Hard), não é uma caminhada no parque e é altamente desrecomendado para quem não gosta de puzzles. Além disso, é preciso ter paciência. Tomei um pau boa parte do jogo até pegar o jeito. Por ultimo, quero deixar bem claro que a parte onde falo de pornografia no começo do review é uma brincadeira já que ele realmente não tem pornografia. Só algumas imagens mais picantes. Se você gosta de puzzles, Catherine é feito pra você.