Ontem, em um evento na sede da Microsoft, nos Estados Unidos, a empresa finalmente mostrou ao mundo o lado verde da força na próxima geração de consoles: Xbox One!
A Microsoft pretende unificar a experiência de games, filmes, música, TV e internet em um mesmo aparelho e, para isso, vai lançar um verdadeiro centro multimídia. Pelo menos, essa é a premissa do Xbox One: concentrar toda a diversão da sua sala em apenas um produto. A grande questão a respeito do novo console da Microsoft é: será que ele faz várias coisas além de rodar jogos ou será que ele roda jogos além de fazer as outras coisas?
O que eu quero dizer é o seguinte: não há nada de errado em um console que integre vários aparelhos em um só, muito pelo contrário. Isso é bom, e acaba servindo como atrativo. O objetivo principal, entretanto, sempre será ser um console de videogame, portanto é necessário que ele tenha condições de cumprir essa meta primária. Não adianta ser uma ótima plataforma de música e filmes se não for um ótimo videogame antes de mais nada.
Ainda não temos muitas informações a respeito do videogame Xbox One, mas já se sabe que ele será o melhor meio para se assistir aos jogos da NFL graças ao comando de voz e interatividade. Esses, aliás, são dois dos trunfos do aparelho. O novo Kinect será obrigatório para o funcionamento do Xbox One - a Microsoft não esclareceu se o console terá de ficar online o tempo inteiro como os boatos sugeriam - e trará muitas melhorias.
Enquanto o Kinect do X360 se limitava à captação de gestos simples e comandos de voz pré-determinados, o aparelho evoluiu para o One e promete reconhecer com precisão cirúrgica cada dobra de roupa dos jogadores, cada movimento de seus corpos, expressões faciais e cada palavra de até seis jogadores simultaneamente - e tudo isso no escuro, graças a uma espécie de visão noturna!
Segundo a Microsoft, o Xbox One não precisará ficar o tempo todo conectado, mas vai necessitar de uma conexão com a internet. Mesmo que essa conexão caia, ainda será possível jogar ou assistir TV, por exemplo. Ou seja, ainda não ficou bem claro como funcionará esse aspecto, mas é bem provável que isso tire bastante a liberdade dos jogadores. Os games terão de ser instalados no console obrigatoriamente, e esse é um outro ponto negativo.
Caso você queira jogar seu game no console de um amigo, ou você terá que entrar na sua conta, ou terá de pagar uma taxa de cerca de 50 dólares para instalar o jogo em outro videogame. Isso pode ser o fim da linha para quem gosta de comprar jogos usados ou trocar os que tem. De acordo com a Microsoft, haverá meios para trocar ou revender os discos, mas ela ainda não esclareceu como isso poderá ser feito sem o pagamento da taxa. Eu suspeito que será necessário desinstalar o jogo do seu console para vendê-lo.
Essa é a "applezação" da indústria de games. Com isso, os jogadores terão muito menos liberdade, e talvez essas mudanças não sejam para o bem dos consumidores, e sim para o bem das empresas. Ainda existem muitas informações mal esclarecidas, e muito vem surgindo em sites de notícias. Vamos esperar a E3, no mês que vem, para tentar entender tudo sobre o Xbox One!