Total de visualizações de página

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Indies ganhando espaço no mercado


Há 15 anos, os gráficos tridimensionais eram uma inovação estonteante, em vista do que havia na época. Mais recentemente, as jogatinas online e os controles por movimento também se tornaram vedetes dos consoles. Estamos, agora, passando por uma fase de transição, e muitos fatores vêm influenciando na formação da próxima geração. Talvez esse seja o momento da expansão do mercado de jogos independentes, impulsionado por diversas condições.

Avanços tecnológicos propiciaram o surgimento dos smartphones que fazem de tudo – tudinho mesmo – e, com eles, observou-se a ascensão dos aplicativos e jogos gratuitos. Graças aos sistemas operacionais de código aberto, qualquer pessoa pode desenvolver um software e disponibilizá-lo para o mundo através de uma loja virtual. Isso quer dizer que aquele seu primo estranho pode estar criando um aplicativo que vai deixá-lo milionário em poucos meses. Além da concretização da música “O nerd de hoje é o cara rico de amanhã”, isso significa muito para a indústria de games.

O custo de desenvolvimento de um jogo indie é ínfimo frente às produções hollywoodianas como Assassin’s Creed ou Call of Duty. O retorno financeiro também não é comparável ao desses blockbusters. É impossível, contudo, negar que esse modelo de negócio seja rentável. Essa indústria alternativa, se bem implementada às plataformas de jogos como o Wii U e o Playstation 4, pode gerar benefícios tanto para quem produz como para quem consome – eu e você. E o zooboomafoo 

O que impediu esse fenômeno de se expandir em outras gerações, além da óbvia barreira tecnológica, foi a burocracia imposta pelas grandes empresas aos pequenos desenvolvedores. Para garantir um kit de desenvolvimento de um console da Nintendo, por exemplo, era necessário um escritório oficial formalizado. Já a Sony exigia um rigoroso processo de aprovação dos jogos. Sem falar que, em muitos casos, era preciso alcançar um determinado número de downloads para que o criador do game visse, enfim, algum dinheiro. Além de inviável, era injusto com os indies.

Muitas dessas transformações nas políticas das empresas tiveram como objetivo facilitar o acesso dos jogos independentes às plataformas de peso para que estes sejam trunfos dos consoles, agora que vivemos num mundo onde Minecraft vendeu 20 milhões de unidades. Caso se concretize, essa “nova ordem mundial” pode ter um impacto muito benéfico à indústria de games, aproximando cada vez mais jogadores e desenvolvedores e acirrando a concorrência e, consequentemente, elevando a qualidade do produto final que chega às nossas mãos – seja com cheirinho de manual de instruções ou por download, a tendência para o futuro.

Texto publicado originalmente por mim no Player Two.