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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Games violentos interferem no comportamento do jogador?

Recentemente, houve um fato que marcou o Brasil. Um psicopata invadiu uma sala de aula e atirou contra as crianças inocentes e indefesas, lembrando massacres famosos como o de Columbine. Claro que todos ficaram muito chocados com esse crime bárbaro, mas logo a imprensa começou a explorar esse assunto de maneira cansativa. Jornalistas não deixaram o caso descansar em paz ao longo da semana e começaram a bolar suas teorias conspiratórias, culpando vários fatores pelo assassinato em massa, entre eles, os videogames.

Isso mesmo! Um crime de comoção nacional, e a imprensa se preocupando em denegrir a imagem dos games, e ignorando o fato do assassino possuir problemas mentais, ser um fanático religioso e ter sofrido bullying na infância. O jornal O Globo publicou uma matéria que começava assim: "A troca de e-mails de Wellington Menezes de Oliveira está sendo analisada pela equipe da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). Além da quebra do sigilo do correio eletrônico do assassino, os investigadores conseguiram rastrear um blog feito por Wellington, que usava a página na Internet para disseminar mensagens desconexas sobre religião e jogos como GTA e Counter Strike (CS), onde o jogador municia a arma com auxílio de um Speed Loader, um carregador rápido para revólveres, usado por ele no massacre de alunos na Escola Municipal Tasso da Silveira. Nos dois jogos acumula mais pontos quem matar mulheres, crianças e idosos." 


Após reclamações, o texto foi modificado sem que divulgassem a retificação. Confira a matéria editada aqui. Como todos nós, gamers, sabemos, em Counter Strike não existem mulheres, crianças e idosos! E em GTA, apesar de existirem mulheres e idosos, o jogador pode escolher entre matar ou não, e ao contrário do que diz a matéria, não se ganha mais pontos por isso. Na verdade, você é prejudicado se cometer crimes, afinal a polícia começa a te perseguir. E o mais grave é que a forma com que os jogos eletrônicos são citados leva os leigos sobre o assunto a uma conclusão extremamente equivocada, de que jogos violentos levariam as pessoas a um comportamento agressivo.
Creio que muitos dos leitores desse blog, assim como eu, já jogaram games de tiro, em que o objetivo é matar pessoas. Nem por isso cometemos os mesmo atos na vida real. Pessoas sensatas sabem discernir a diferença de ficção e realidade, e sabem dos seus limites, bem como o que é certo e o que é errado. 


Não são jogos violentos que definem seu comportamento, mas sim pessoas agressivas que possuem tendência a jogar esse tipo de game. Com certeza, os gostos e preferências que o assassino possuia em relação a videogame não influenciaram-no em seu crime. Mas se ele tivesse passado por um acompanhamento psicológico, talvez nada disso tivesse acontecido e sua mente perturbada pudesse ser domada. 


Mas a irresponsabilidade dos jornalistas Antônio Werneck e Sérgio Ramalho, que assinaram a já citada reportagem do O Globo, além de passar informações errôneas, prejudicou a imagem dos jogos eletrônicos. Não tenho nada contra esse conceituado jornal, que é um meio de comunicação muito importante mas fica aqui a indignação com esse tipo de atitude. Tanto do assassino como do jornalista, guardadas as devidas proporções.