A nova sessão do Boteco Gamer, sobre os homens que ficam nos bastidores dos games, não podia começar de forma mais adequada! Hoje, vamos falar sobre uma das mentes mais férteis do mundo: Goichi Suda, mais conhecido pelo seu codinome, Suda 51!
O 51 do seu apelido é porque seu nome, Goichi, pode ser lido como Go e Ichi, respectivamente cinco e um em japonês. E, incrivelmente, o número 51 define bem seus games: "uma boa idéia". Deixando a piadinha infame de lado, realmente, a principal característica dele é sua criatividade. Jogos diferentes de tudo o que você já viu, e muita ironia escondida também. Seus jogos tentam representar sua opinião, e portanto ele influencia muito no enredo, estilo, visual e jogabilidade, tentando demonstrar, muitas vezes sutilmente, o que pensa sobre várias coisas.
As vezes é difícil perceber essa visão do diretor. Como por exemplo as críticas ao fanatismo por gráficos em No More Heroes, game em que ele também mostra sua opinião sobre games violentos no Wii, além de fazer uma verdadeira homenagem aos nerds e à cultura pop em geral. Aliás, referências são outra característica recorrente em seus títulos. Como a estrada para o inferno (Highway to Hell, em alusão a música do AC/DC), que aparece em Shadows of the Damned.
Suda 51 começou a trabalhar com games em 1993, como diretor do Super Fire Pro Wrestling 3 Final Bout, lançado no Japão para SNES. Ele trabalhou em vários outros games lançados só na terra do Sol nascente, para Playstation 1 e 2. Seu primeiro game a viajar para outra região foi Michigan: Report from Hell, um game de terror onde você controla um cameraman de uma TV que está cobrindo eventos sobrenaturais. O game saiu no PS2, em 2004.
Mas foi no ano seguinte que ele alcançou a fama, com Killer 7, para Gamecube e Playstation 2, publicado pela Capcom. Com muita violência e uma história extremamente confusa, mas elaborada, Goichi Suda mostrou ao mundo pela primeira vez do que era capaz. Não foi por acaso que foi sua primeira obra a cruzar o Atlântico, e ir para os EUA.
Suda 51 fez outros jogos para o PS2 e DS, até que chegou ao seu game de mais sucesso. No More Heroes, lançado para Wii em 2007 no Japão e 2008 nos EUA. Na pele de Travis Touchdown, um nerd, otaku, sem grana, e que mata os principais assassinos do mundo para impressionar uma garota, NMH é um dos melhores games do console, e arrisco dizer que sua continuação, No More Heroes 2: Desperate Struggle, é um dos melhores games de toda a geração.
Além de exprimir suas ideias sobre a atual geração, e o universo dos games em geral, Suda 51 quebrou os paradigmas de jogos infantis no Wii, abrindo as portas para outros títulos sanguinários como Madworld no console. Outro game para a mesma plataforma que ele teve participação foi Fatal Frame IV, emprestando toda sua capacidade de escrever roteiros bons, e criar cenários assustadores para um jogo de terror.
O remake de No More Heroes para X360 e PS3 obviamente foi obra dele. Mas o que pouca gente sabe é a participação de Suda 51 no modo história de Super Smash Bros Brawl, o Subspace Emissary. Além disso, o diretor também está envolvido no projeto de Hideo Kojima, Project S, que está sendo guardado a sete chaves.
A mais recente obra de Goichi Suda é Shadows of the Damned, um game genial que vai receber seu review aqui no Boteco Gamer em breve. As marcas registradas dele estão todas no game, desde a violência, até o erotismo, referências, entre outras coisas. Afinal, um cavalheiro salvando sua namorada é uma das maiores alusões que ele podia fazer, não? Mas se o protagonista tiver sotaque de mexicano, e sua namorada foi raptada por um demônio e levada para o inferno, com certeza, Suda 51 trabalhou no game!
Algumas das principais características dele são referências distorcidas como em SotD. Além disso, um "game dentro de um game" é bem comum de se ver, como em NMH, Killer 7, Contact, entre outros jogos em que Suda 51 coloca um minigame jogável como se fosse um videogame para o protagonista. Também é possível encontrar vários números 51 pelos seus games como a Area 51 e os 51 assassinos rankeados de NMH, Airport 51 em NMH 2, entre outros.
Goichi Suda é um dos diretores mais criativos de todos os tempos, e possui uma capacidade de fazer games geniais que faz dele um dos maiores gênios dos games. E sempre com suas críticas escondidas pelos roteiros. Com apenas 43 anos, ele já é CEO da Grasshopper Manufacture e conquistou milhares de fãs, imagine só quando chegar aos 51!
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