Pois é, meus amigos. A parte que tanto me comprometia chegou. Vamos começar com essa parte do Minha vida com o Nintendo 64 (e se você não sabe do que tô falando, clique aqui pra ler as outras partes!).
Como vocês já sabem, depois que zerei Super Mario 64 e fechei Zelda Ocarina of Time, eu me tornei um nintendista. O problema é: eu tinha 11-12 anos. Como vocês também já sabem, pré-adolescentes de 11-12 anos são mente fechada, "donos da verdade" e assim vai (desculpe pré-adolescentes, mas depois que vocês crescerem vocês vão ver que a maioria de vocês são assim).
Eu não era nintendista. Eu era nintendofag. Eu não queria saber de outros consoles e detonava a Sony até a morte.
Em um belo dia no começo de 2007, eu, com meus primos Pedro e Carol, resolvemos fundar o que a gente chamava de Nintendo Space. O Nintendo Space nada mais era que isso:
Danilo, Pedro e eu jogando 64 no Nintendo Space (2008) (ele já estava no seu fim nessa foto) |
Nós simplesmente nos apropriamos da parte térrea da casa dos fundos da minha vó e transformamos em um espaço de louvor à Nintendo. O lugar tinha diversas sinalizações e informes (alguns que ainda estão lá até hoje, pois meus avós não arrancam) que eu tinha montado no Word/Paint com imagens de games e tudo e impresso na minha impressora nova (que eu tava todo feliz de ter). Os avisos variavam: aqueles acima do Danilo na foto são spotlights de parentes meus jogando Nintendo e de batalhas do Super Smash Bros. que o Danilo tirava fotos da TV da tela de pause, o mural (lousa) que era onde ficavam os informativos (notícias, membro do mês e tudo mais), indicações para aonde colocar as coisas, indicações de locais... Enfim, essas são fotos dos avisos que permanecem lá até hoje:
Até hoje eu me pergunto o por quê de eu proibir a entrada pra cozinha |
Além deles, tinham a placa principal e a de normas (ou deveria dizer mandamentos?) do Nintendo Space. Dentre as normas estavam coisas do tipo "É estritamente proibida a entrada de consoles da Sony no Nintendo Space", "São permitidos tais consoles: (...)", "Para entrar, o membro precisa dizer "Eu juro solenemente ser fã da Nintendo" antes de colocar os pés para dentro da porta" e assim vai. Ainda existia uma regra do membro do mês, o qual tinha alguma coisa de importante pra fazer que eu não me lembro.
Eu e Carol no Nintendo Space (2007), apontando pras normas, mais tarde arrancadas pelo meu avô pra pintar a casa. Vocês não iriam gostar de ver a minha cara, acredite. |
Apesar de ser idiota, até que era legal. Eu levava minhas edições da Nintendo World e compartilhava com o Pedro, jogávamos nós três DS e 64 (com o Danilo de vez em quando lá só pra jogar mesmo) e conversávamos sobre Nintendo. Mas sabe o que era mais engraçado disso tudo? Enquanto eu tinha todo esse suposto ódio por Sony, eu tava lá na casa do Danilo jogando PS2/PS3. Ê pré-adolescência...
A gente ficou por volta de um ano e meio nessa babaquice de apenas três membros. Lembro que comecei a me tocar que era uma coisa bem infantil o que estávamos fazendo quando minhas primas (uns anos mais velhas que eu) vieram pra jogar 64 com a gente e viram todas aquelas placas, e pediram pra que eu explicasse o que aquilo significava. A minha vergonha ao ter que fazer isso, somada com as constantes zoações de certas pessoas ("Seu nerd!") e dos colegas da escola (que riram da minha cara quando tocou a música do Mario como toque de celular no meio da sala, por exemplo) e a pressão socio-adolescente em ser "legal" e "descolado" me fizeram rejeitar os videogames. A partir de Julho de 2008, passei a evitar videogames. Aos poucos fui me distanciando, ligando mais pra como eu me vestia e pra minha aparência, em como não parecer "nerd" e tudo mais, até que em Dez/08 comprei minha última edição da NW em anos, marcando definitivamente o "fim" da minha nerdice (na minha cabeça). Arranquei alguns dos avisos das paredes nessa época, mas estranhamente não todos (como eu já disse e mostrei, alguns deles ainda estão lá até hoje).
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