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terça-feira, 3 de abril de 2012

Não se fazem mais games como antigamente

Os videogames estão mais populares que nunca, e hoje a massificação dos consoles proporciona jogos para todas as idades e gostos possíveis. Porém essa "inclusão social" dos games acabou prejudicando os jogadores das antigas, já acostumados e calejados. Afinal, quem nunca jogou um clássico da década de 80 e percebeu que não tinha extensos tutoriais ensinando os controles, por exemplo?
Não estou querendo comparar as superproduções de hoje em dia como Skyrim, com milhares de diálogos dublados, quests infinitas, um mapa absurdamente grande e repleto de personagens com a simplicidade dos games antigos, que podiam ser fechados em poucas horas, tinham gráficos pífios, efeitos sonoros pobres e roteiro pouco criativo. Porém não se pode negar que hoje, os jogos são muito mais fáceis do que antigamente.

A série Zelda pode ser tomada como um exemplo muito claro da questão dos tutoriais antes do jogo. Geralmente, a primeira dungeon dos games serve de tutorial, ensinando as mecânicas e os puzzles presentes. Em A Link to the Past, são necessários, em média, 2 minutos para chegar até essa dungeon, e 20 minutos para completá-la. Em Ocarina of Time, são 20 minutos até o "tutorial" e e mais ou menos 40 minutos para passar por ele. Já em Skyward Sword, gasta-se mais de uma hora para chegar até o primeiro calabouço e cerca de uma hora e meia para alcançar o final dele.
Um dos motivos pelos quais isso acontece é que nos games antigos, a história não era um fator importante, e você era jogado no meio da aventura sem nem saber o motivo de estar lá. Hoje, os jogos possuem roteiros dignos de filmes e livros, e tudo é muito bem explicado antes de partir para a ação de verdade. Mas não se pode negar que esses extensos tutoriais acabam entregando muita coisa de bandeja, e ninguém precisa mais ficar fuçando os controles para descobrir coisas novas.

As produtoras e desenvolvedores estão visando ampliar seu público, e para isso acabam facilitando demais alguns aspectos, fazendo com que o game perca em desafio e não tenha a mesma graça de um jogo mais difícil. Não estou dizendo que todo jogo deveria ser impossível como Ikaruga, mas atualmente tudo anda fácil demais, e os gamers mais hardcore acabaram perdendo espaço.
Os jogos estão cada vez mais fáceis para atender aos jogadores novos e inexperientes, mas temos que lembrar que os mais experientes já foram novatos algum dia, e aprenderam tudo na raça. As produtoras estão criando uma geração acostumada a ter tudo fácil, e isso não é bom. Não se fazem mais jogos - nem jogadores - como antigamente...

2 comentários:

  1. É bem por aí mesmo! Antigamente os jogos procuravam, ao menos dáva-se a entender que procuravam, estimular o jogador a avançar e a superar desafios; hoje a questão gráfica é tão acentuada, seguida pelo fator história, que o que ocorre é um acompanhamento de um enredo e não o ato de jogar e tentar vencer um desafio. Acredito que a Nintendo seja a companhia que mais preze pelo desafio em dentrimento dos gráficos.

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    1. Isso mesmo. Hoje em dia a gente joga como se fosse um filme, e não um jogo, prezando mais por gráficos realistas do que um chefão difícil como nos velhos tempos...
      Valeu pelo comentário!

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