Total de visualizações de página

terça-feira, 5 de abril de 2011

Games são arte?

Hoje em dia, um assunto vem ganhando espaço no mundo dos videogames: afinal, isso é arte? Todos sabemos que os games são voltados para o entretenimento, mas se música e filmes são considerados arte, por que os jogos eletrônicos são meros brinquedos? Segundo o dicionário, Arte é a expressão das ideias do homem, ou a busca pela beleza nas obras humanas. Será que Okami não se encaixa nessas definições?
Okami faz você se sentir numa pintura! Vários games dão essa sensação também, principalmente quando se utilizam do efeito cell-shading, como em jogos baseados em mangás, que também são obras de arte. Muitas vezes, os desenvolvedores se inspiram em artistas ou movimentos artísticos para criar seus games. The Legend of Zelda: Skyward Sword, próximo lançamento da série, teve seu visual bastante influenciado pelos pintores impressionistas, principalmente por Monet e Cézanne.
 Limbo, game disponível para download na Live, rede online do Xbox 360, possui uma aura muito densa e profunda, inspirada no expressionismo alemão, estilo cujas características são cenários e personagens distorcidos. Mesmo sendo um game extremamente minimalista, sem diálogos, cores, trilha sonora nem mesmo um nome para o protagonista, fez muito sucesso e se tornou um dos jogos mais baixados pelo serviço online do console. O "roteiro", se é que podemos dizer que existe um, faz alusões à ''Divina Comédia", clássico da literatura escrito por Dante Alighieri. Seria uma ofensa dizer que Limbo não é uma obra de arte.
Claro que são muito poucos os games inspirados diretamente em obras ou artistas, mas os jogos que se destacam pela direção de arte estão se tornando cada vez mais comuns. Hotel Dusk Room 215, para DS, possui um visual muito bonito, com personagens desenhados à mão e em preto e branco, enquanto o cenário é colorido normalmente. Shadow of Colossus, para PS2 também possui gráficos bem particulares. Mad World e No More Heroes, ambos para Wii, têm muitos diferenciais na parte visual. No primeiro, tudo é retratado em preto e branco, menos o sangue e as onomatopeias, que dão o tom de violência ao game. Em NMH, a pancadaria também não falta, mas a sacada são os gráficos "ruins de propósito". O sombreado do jogo é feito porcamente, passando da cor normal direto para um preto chapado, e muitas coisas em 8-bit estão presentes. Tudo em No More Heroes é uma grande homenagem à cultura geek e nerd, desde o protagonista até a história.
Uma das provas de que games são arte é a exibição The Art of Videogames que o museu Smithsonian, dos EUA, realizará ano que vem, de março a setembro de 2012, sobre videogames. É a primeira mostra artística a explorar esse lado dos jogos eletrônicos. O público pode votar nos games que devem figurar nessa exposição através do site http://www.artofvideogames.org/ até dia 17 de abril.

Games utilizam imagens, sons, animações e o controle do jogador para contar histórias e entreter do mesmo jeito que várias outras formas de expressão artística. Não são só gráficos bonitos ou diferentes que fazem de um game, uma obra de arte, mas sim o fato de transmitir ideias através desses jogos que tanto nos divertem. Games são arte!

2 comentários: