Desde muito antes do advento da internet nos consoles ou das jogatinas sem fios nos portáteis, os monstrinhos da Game Freak já se combatiam em batalhas épicas pelos cabos link dos Gameboys. Tudo começou em meados de 1995, quando o saudoso portátil recebeu o lançamento de Pokémon Red e Pokémon Green no Japão. Algum tempo depois, os games foram lançados internacionalmente mas como Red e Blue. E desde então começou a febre.
Para quem não conhece, Pokémon pode soar como um jogo infantil e simples, mas a campanha solitária não corresponde a nem 10% do que o jogo pode oferecer. A série tem um modo competitivo extremamente complexo e que vem evoluindo a cada novo lançamento, e quando se conhece esse lado da franquia, um novo mundo de possibilidades aparece. Portanto pense duas vezes antes de dizer que Pokémon é um game de criança, pois isso é um erro bastante comum.
O lançamento de dois títulos distintos com alguns monstrinhos exclusivos em cada um, que só poderiam ser obtidos na outra versão por meio de uma troca com outro jogador, já demonstrou o espírito agregador com o qual nasceu a franquia. Não bastava apenas ter os melhores, mas sim ter todos, como sugere o famoso slogan “Gotta Catch ‘em All”, e para completar a coleção era necessário trocar pokémon com outras pessoas. Pokémon foi um dos primeiros jogos a estimular a coletividade, muito antes das redes sociais e a mania de compartilhar experiências.
Com o avanço da tecnologia, os cabos tornaram-se obsoletos e ter amigos com o game perto de você não era mais uma necessidade, uma vez que a conexão com a internet possibilitou que os treinadores trocassem e batalhassem com qualquer pessoa ao redor do planeta sem colocar os pés fora do quarto. Toda essa facilidade, auxiliada por fóruns, blogs e sites especializados, culminou nas Ligas Pokémon e vários torneios em todo o Brasil e em vários países do mundo.
Os jogadores se organizaram, formaram uma liga nacional com suas respectivas filiais em vários estados, como São Paulo e Rio de Janeiro. Nesses torneios, existem regras rígidas e várias restrições quanto às estratégias. Alguns itens e golpes são proibidos, também não é permitido colocar mais de um monstrinho para dormir nem desferir mais de um OHKO, e, obviamente, qualquer tipo de código ou trapaça também é proibido, tudo para que o campeonato seja o mais justo possível.
O Desafio à Elite dos 4 é o maior torneio do país, e existe desde 2001, reunindo os melhores treinadores do Brasil.
Mas se você não tem pretensão de se tornar o grande campeão num torneio oficial, também existem várias outras ligas não oficiais. Algumas com regras diferentes, menos restrições, e mais voltadas à diversão. É possível encontrar esse tipo de liga em fóruns de internet, comunidades em redes sociais, eventos de cultura geek, etc. Além de se divertir e conhecer novas pessoas, você pode acabar se tornando um grande mestre pokémon na vida real. Está esperando o que? “Gotta catch ‘em All!”
Post publicado originalmente por mim no PlayerTwo.
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